Oluwatosin Tolulope Ajidahun explica que o colo do útero, embora muitas vezes pouco lembrado pelas mulheres, desempenha papel fundamental na fertilidade feminina. Essa estrutura anatômica é responsável não apenas por manter o útero protegido de infecções externas, mas também por regular a passagem dos espermatozoides até o útero e, posteriormente, até as tubas uterinas, onde ocorre a fecundação. Assim, qualquer alteração no muco cervical ou na anatomia do colo pode transformar-se em um obstáculo considerável para a concepção.
O fator cervical está entre as causas menos discutidas de infertilidade, mas possui relevância significativa, sobretudo quando outras causas, como fatores hormonais ou tubários, já foram descartadas. Muitas mulheres sequer imaginam que dificuldades para engravidar possam ter origem no colo do útero, o que reforça a importância de exames específicos na investigação da infertilidade.
O papel do muco cervical na fertilidade
O muco cervical tem função estratégica na fertilidade feminina. Durante o período fértil, esse muco torna-se mais abundante, fluido e elástico, permitindo a sobrevivência e o transporte dos espermatozoides pelo canal cervical. Em contraste, fora do período ovulatório, o muco se apresenta espesso e escasso, criando uma barreira natural contra micro-organismos e impedindo a passagem dos gametas masculinos.

Entretanto, Tosyn Lopes destaca que certas condições, como infecções, alterações hormonais ou uso prolongado de determinados medicamentos, podem modificar a composição do muco cervical. Quando o muco se mantém espesso mesmo na fase fértil, os espermatozoides encontram dificuldade para avançar, reduzindo significativamente as chances de fecundação, mesmo em casais considerados saudáveis.
Alterações anatômicas e suas consequências
Em alguns casos, a infertilidade está relacionada a alterações estruturais do colo uterino. Cirurgias prévias, como conizações ou procedimentos para tratar lesões pré-cancerígenas, podem provocar estreitamentos (estenoses) ou cicatrizes que dificultam a abertura do canal cervical. Essas alterações comprometem tanto a passagem dos espermatozoides quanto a eliminação do muco antigo, criando um ambiente pouco propício à gestação.
Ademais, Tosyn Lopes observa que malformações congênitas também podem interferir na anatomia do colo, embora sejam menos frequentes. Essas anomalias podem passar despercebidas até que a mulher inicie tentativas de engravidar sem sucesso, levando à necessidade de investigações mais detalhadas por meio de exames como histerossalpingografia ou histeroscopia.
Diagnóstico e tratamentos disponíveis
Embora o fator cervical represente apenas uma fração dos casos de infertilidade feminina, o diagnóstico é essencial para evitar tratamentos desnecessários ou ineficazes. Testes como o pós-coital, embora menos utilizados atualmente, ajudam a avaliar a interação entre o muco cervical e os espermatozoides. Paralelamente, exames de imagem permitem identificar alterações anatômicas que exigem correção.
No campo terapêutico, Oluwatosin Tolulope Ajidahun ressalta que, dependendo do grau da alteração, as opções podem incluir desde medicamentos para melhorar a qualidade do muco até cirurgias minimamente invasivas para corrigir estenoses cervicais. Em casos em que o muco cervical permanece hostil, técnicas de reprodução assistida, como a inseminação intrauterina (IIU), oferecem uma solução eficaz, já que depositam diretamente os espermatozoides no útero, contornando o canal cervical.
Perspectivas para mulheres com fator cervical
Por fim, nota-se que, embora o fator cervical possa parecer uma barreira preocupante, as perspectivas para mulheres diagnosticadas com essa condição são bastante positivas. Com os avanços na medicina reprodutiva, é possível identificar o problema com precisão e adotar estratégias adequadas para superá-lo, seja por meio de tratamentos clínicos ou de métodos de reprodução assistida.
Tosyn Lopes conclui que, ao buscar avaliação especializada e realizar exames detalhados, as mulheres aumentam significativamente suas chances de alcançar a maternidade, mesmo quando enfrentam desafios relacionados ao colo do útero. O mais importante é não negligenciar essa parte do sistema reprodutivo, cuja função vai muito além do que se imagina à primeira vista.
Autor: jhony petter
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.